
DESCRIÇÃO DO PERCURSO
Esta é a famosa Vipasca romana, um dos grandes centros mineiros do império, que por aqui desbravou as entranhas da terra. Mais tarde foi a Al-lustre islâmica, designação que remete de forma fácil para o brilho e a luz que se mostrou à superfície sob a forma de pirites e suas congéneres geológicas.
No entanto, Aljustrel tem também o brilho das grandes estepes cerealíferas, ponteadas por árvores centenárias, recortadas por discretas linhas de água e embalada por encantadoras paisagens de longo curso, de largas vistas e de alma sem fim. A vila de Aljustrel vive da mina e para a mina. De tal forma se enquadra na mina, que quase tudo ao seu redor é couto mineiro, com faixas em laboração e outras já estabilizadas e musealizadas. Até mesmo o subsolo do espaço urbano está explorado nas suas profundezas.
Muito do que existe à superfície é agora possível observar neste percurso que também enquadra o mundo rural que vive para lá da exploração mineira. A antiga escola primária é local de partida para a conquista das imensas paisagens que Aljustrel dispõe. Subir ao longo da vila, pela avenida 1º de Maio que dá acesso às rotundas que seguem para o couto mineiro. É possível por aqui, observar alguma maquinaria antiga em exposição, bem como o notável malacate de transporte vertical pelo poço da mina.
Ao entrar no bairro mineiro de Vale d'Oca, tomar de imediato o passadiço de madeira que mostra vários vestígios da exploração mineira, desde os tempos romanos aos finais do século XX. No final do passadiço, passar junto à central de compressores que alimentava de ar todo o conjunto subterrâneo, passar junto a outro malacate e avistar todo o espaço mineiro ancestral, agora recuperado. Voltar para trás por dentro do bairro mineiro, apreciando alguns exemplares, ainda resistentes, da habitação mineira com a casa de banho do outro lado da rua. Entrar no coração do espaço urbano de Aljustrel seguindo pela Rua Vasco da Gama, Rua 31 de Janeiro, Rua Latino Coelho, Rua José Francisco Silva Álvaro, Rua Cândido dos Reis, Praça 13 de Janeiro, passar por debaixo do arco e seguir pela Rua Dr. Manuel Joaquim Brando.
No final, virar à esquerda e subir a Rua São João de Deus onde se avista, ao cimo, a Igreja Matriz, e passar no Museu Municipal, antigo edifício da Câmara Municipal. Após a igreja, subir o majestoso escadório da Igreja da Senhora do Castelo e atingir um local de deslumbramento de paisagem. Seguir pelo passadiço lateral e descer pela vila virando à direita após a praça de touros. Seguir junto às antigas explorações mineiras e admirar o que resta de uma corta a céu aberto a partir do miradouro de interpretação da paisagem.
Ao avistar o bairro mineiro de São João, virar à direita pela antiga Estrada de Aljustrel e seguir até ao cemitério. Virar à esquerda, passar junto às infraestruturas desportivas e, um pouco mais adiante, virar de novo à esquerda quando se avistam os silos de cereais e a abandonada estação de comboios. Virar à direita antes dos supermercados e atingir a mítica Estrada Nacional 2 até à entrada da vila. Na rotunda virar à direita e reentrar no núcleo urbano. Na rotunda seguinte virar à esquerda e seguir pela Av.ª 1º de Maio até atingir o ponto de partida junto à antiga escola primária.
FICHA TÉCNICA
Código: AJT Pr2
Percurso: Aljustrel tem uma Mina
Localização: Aljustrel
Temáticas dominantes: Complexo Mineiro, Espaço Urbano, Paisagem Rural
Distância: 12Km
Tipologia: Circular
Desníveis acumulados em metros: 270m
Altitude mínima: 137m
Altitude máxima: 245m
Duração aproximada: 3h a 4h
Grau de dificuldade: Baixo
Tipo de piso: Caminhos urbanos, passadiços de madeira, caminhos rurais
Ponto de partida e chegada: Antiga escola primária, frente ao Jardim 25 de Abril
Coordenadas GPS do ponto de partida: N37º52'39'' W08º09'46''
Onde estacionar: Parque de estacionamento público no local
Certificações: Homologado pela FCMP
Contactos úteis: Turismo de Aljustrel
Tlf: +351 284600070
Email: turismo@mun-aljustrel.pt
A NÃO PERDER
VILA DE ALJUSTREL
Situada num vale entre duas colinas bem no centro do Baixo Alentejo. A sua fundação está associada, desde a antiguidade, à existência de riqueza mineral que brotava à superfície num imenso “chapéu de ferro”. A vila cresce a partir do antigo castelo com modesto casario em socalcos pela encosta e paisagens imensas ao seu redor. Terra de trabalho e suor, as suas gentes estão intimamente ligadas à exploração mineira e à agricultura de sequeiro nos imensos campos de estepe cerealífera.
MINAS DE ALJUSTREL
Situadas na faixa piritosa ibérica, apresentam um imenso jazigo de sulfuretos maciços vulcanogénicos, vulgarmente conhecidos por pirites e são exploradas desde a antiguidade. São do período romano as célebres Tábuas de Bronze de Vipasca, onde está inscrita a primeira legislação regulamentar da atividade mineira. Do final do século XIX até meados do século XX foram um dos principais complexos mineiros de Portugal na exploração de sulfuretos de onde se extraiu ferro, cobre, zinco, chumbo, prata e ouro.
ESTEPE CEREALÍFERA
A estepe cerealífera é caracterizada pelo cultivo extensivo de cereais de sequeiro sendo um sistema agrícola composto por uma diversidade de campos de cereais cultivados ou em pousio para tirar o melhor proveito da terra. É uma paisagem de largos espaços de herbáceas ondulantes onde as árvores surgem na paisagem como pequenos apontamentos esporádicos. A estepe cerealífera possui um elevado valor ecológico sendo habitada por muitas aves estepárias e pequenos mamíferos, que muitas vezes servem de presas a rapinas e mamíferos caçadores.
RUÍNAS DO CASTELO DE ALJUSTREL
A ocupação humana do Castelo de Aljustrel remonta à pré-história durante a Idade do Cobre há cerca de 7000 anos. No período romano o reduto terá sido aumentado e fortificado dando origem ao castelo no período muçulmano. O castelo possuía uma muralha em pedra a toda a sua volta, com uma torre de menagem e diversas divisões de aquartelamento. Atualmente a colina onde se situava está ocupada pela Igreja de Nossa Senhora do Castelo.
SANTUÁRIO DA NOSSA SENHORA DO CASTELO
Construído no século XIV e sempre ligada à fé das populações do concelho, que a Nossa Senhora recorrem com suas preces e agradecimentos por milagres. A igreja é modesta e de tamanho reduzido contrastando com o magnífico escadório monumental, usado para a peregrinação, que parte de dentro da vila até ao adro da ermida. Deste local a paisagem é sublime sendo considerado um dos mais fantásticos miradouros do Alentejo.