
No território que hoje é o concelho de Aljustrel está documentada a passagem de grupos de caçadores-recolectores do Paleolítico. Contudo, os primeiros registos arqueológicos de inicio de povoamento remontam a finais do 3º milénio a.C. e situam-se no morro de Nª Sr.ª do Castelo, uma comunidade que já se dedicava à extracção e metalurgia do cobre. E foi o cobre e a riqueza dos seus solos agrícolas que fizeram com que, a partir daí, a ocupação do território se tenha processado de forma ininterrupta, tendo-se recolhido vestígios de todos os períodos pré-históricos.
Com a chegada dos romanos em finais do séc. I a.C., a exploração mineira sofreu um grande impulso com uma exploração bastante intensiva. Deste período recolheram-se inúmeros vestígios dessa actividade para além de outros da vida quotidiana das populações. Foram também encontrados dois textos jurídicos gravados em bronze e que representam os mais antigos textos legislativos conhecidos no nosso país que, embora incompletos, foram exaustivamente estudados por investigadores nacionais e estrangeiros, bem como os restos de uma oficina metalúrgica onde se processava o tratamento do minério e também ruínas de habitações da povoação que se denominava Vipasca.
Após o declínio e queda do Império Romano outros povos por aqui terão passado, embora sem deixar a sua marca, uma vez que aqui não se fixaram. Até que no séc. IX, com o domínio muçulmano da Península Ibérica, começam aqui a fixar-se comunidades mouras, vindas principalmente do norte de África e o lugar passa a denominar-se Albasturil. Constroem um Castelo de taipa, no séc. XI, que se mantém funcional até à reconquista cristã em 1234. A praça foi conquistada pelos cavaleiros da Ordem Militar de Santiago da Espada a quem o rei D. Sancho II faz a doação dos territórios conquistados, com excepção dos rendimentos das minas e das termas de S. João do Deserto.
A partir de 1252 o concelho de Aljustrel assume forma jurídica com a atribuição de Carta de Foral, outorgada pela Ordem de Santiago, e confirmada pelo rei D. Afonso III, sendo referida nos textos como Aliustre. Em Setembro de 1510 recebe nova Carta de Foral atribuída por D. Manuel I.
Em 1836 o concelho de Aljustrel vê aumentada a sua área, com a inclusão da freguesia de Ervidel, e em 1855 sofre nova alteração com a anexação de parte do extinto concelho de Messejana. Mais tarde, em 1871, acaba também por ser extinto o concelho de Aljustrel, embora por um curto período de três anos. Em 1910, Aljustrel adere de imediato à República, tendo sido um membro ilustre de Aljustrel, o Dr. Manuel de Brito Camacho, médico, jornalista, politico, deputado e ministro, um dos principais líderes do movimento republicano.